“Era muito barulho, eram os tiros [rebentamentos, para extrair a pedra]… Isto tremia tudo”, recorda Gilberto Marinho, enquanto o vizinho Orlando Ribeiro não esquece “o pó” gerado pela extração do granito. “Na zona onde resido, era um manto branco”, descreve, de olhos postos no monte esventrado, temendo que, agora, os efeitos daquela indústria extrativa se agravem, dado o alargamento das instalações e a maquinaria já colocada.

“Os tiros eram ao meio-dia e às cinco horas da tarde e, quem estivesse nos campos, tinha de proteger-se, porque as pedras voavam. Em linha reta, a minha casa está a 200 metros da pedreira e está rachada por causa dos rebentamentos. Nunca apanhei com pedras no telhado, mas outros vizinhos que vivem mais perto da pedreira tiveram os telhados partidos várias vezes”, conta Manuela Vale, que, tal como outros moradores daquela zona do Vale do Leça, tem contestado a reativação e a expansão da pedreira, que foi adquirida em 2022 pela construtora Edilages.

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